ESPECIALIDADES

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Áreas de Atuação e Dinâmica de Funcionamento

Visando ao cumprimento de suas finalidades e orientando-se pelos princípios do trabalho interdisciplinar, LUGAR prevê a oferta das seguintes áreas de atuação:

PSICANÁLISE

Psicanálise

PSICOLOGIA

Como componente da equipe multidisciplinar, o psicólogo contribuirá para o enriquecimento do diagnóstico e tratamento dos distúrbios do desenvolvimento e da aprendizagem, bem como das psicopatologias clínicas, através da utilização de técnicas e de instrumentos próprios, a saber: testes psicológicos, técnicas de dinâmica de grupo, técnicas de entrevista, dentre outros.
Vale ressaltar que a utilização de tais instrumentos não visa “definir” diagnósticos ou terapias a serem aplicadas aos pacientes e, sim, levantar dados que possam vir a ser discutidos por toda a equipe, incrementando a formulação das hipóteses diagnósticas e respaldando as formas de tratamento encaminhadas pelo grupo.

A base teórica para a interpretação dos dados levantados, através destes instrumentos, e para a intervenção clínica, seja preventiva ou curativa, nos distúrbios e sofrimentos psíquicos, será a psicanálise, uma vez que o psicólogo, por meio da “escuta”, procurará focalizar o processo de subjetivação dos pacientes e os percalços ocorridos em tal percurso e evidenciados nos seus discursos.

A presença do psicólogo na equipe possibilitará, ainda, oferecer atendimento voltado para o acompanhamento profissional, àqueles que busquem refletir e realizar uma escolha nessa direção, utilizando-se, aqui, também, de instrumentos e técnicas psicológicas, apropriados para a execução desse trabalho, e tendo, mais uma vez, como alicerce teórico, a psicanálise. É indispensável lembrar que tal processo será enriquecido pela discussão, em grupo, dos casos encaminhados.

Por ser muito importante para o sujeito, em nossa sociedade de base capitalista, o momento da escolha profissional, correspondendo a um momento de conflito, já que terá de decidir, entre tantas opções, o caminho profissional que ele supõe deverá ocupar a maior parte do tempo de sua vida, dali por diante, torna-se necessária uma “escuta” do desejo desse sujeito que “tem” que escolher, bem como uma reflexão acerca dos fatores que permeiam tal decisão (tipos de profissão disponíveis no mercado de trabalho, características e dinâmica desse mercado de trabalho, importância social e remuneração, custos de formação, vestibular, modelo de universidade, grupo social a que pertence, estrutura e expectativas familiares etc). Dessa forma, o atendimento psicológico pretende contribuir para que o sujeito adquira informações e condições psicológicas para fazer, dentro do possível, uma escolha madura, capaz de levar em conta seu desejo, esperando-se, assim, que venha a ter, na comunidade, uma atuação profissional que o satisfaça.

PSICOPEDAGOGIA

Na instituição LUGAR, a psicopedagogia é uma área de atuação voltada para o atendimento de crianças, adolescentes e adultos que apresentam dificuldades de aprendizagem, como comprometimento, ou não, de ordem orgânica, e que, por serem portadores de tais dificuldades, não conseguem corresponder às expectativas da família, da escola ou às suas próprias.

Fundamentada nos pressupostos teóricos do interacionismo, do construtivismo e da psicanálise, é, precisamente, esta última que constitui na instituição LUGAR, o diferencial da abordagem aí praticada, por trazer à psicopedagogia a dimensão do desejo, oportunizando a compreensão do sentido inconsciente da dificuldade de aprendizagem.

No seu trabalho, o psicopedagogo não pode deixar de considerar o caráter sintomático do fracasso escolar, expresso através de diferentes manifestações, desde as pequenas até aquelas que impedem qualquer forma de avanço. Como uma metáfora, ele apresenta, de maneira camuflada, a verdade do sujeito, o qual, muitas vezes, na tentativa de sustentar sua subjetividade contra as pressões do meio social em que vive, depara-se com esta única saída – fazer sintoma na aprendizagem. Que precisa ser investigado, através de uma escuta específica, numa relação transferencial.

Desse modo, o trabalho psicopedagógico, na instituição LUGAR, apoia-se no tripé: sintoma – escuta – transferência.

Na infância, como diz Jerusalinsky, o sintoma está vetorizado pelo saber, uma vez que, para sustentar sua posição de sujeito, a criança terá de produzir um saber próprio que lhe permita superar o estado de ignorância com que a demanda do Outro a faz confrontar-se. Ponto de impasse, sem dúvida, mas também fonte de possibilidades, permitindo, no caso da aprendizagem, que a criança formule suas próprias respostas, dentro do próprio ritmo, e sob o olhar especial desse profissional em condições de fazê-la conhecer e aceitar seus limites. Fora deste quadro, será impossível para o sujeito fazer, no presente, um movimento de mudança apostando no futuro.

Para tanto, entende-se como necessário que o psicopedagogo ofereça àquele que apresenta alguma dificuldade de aprender um espaço de “escuta” sobre o modo como ele próprio se percebe em meio a esta situação, no suposto de que poderão emergir, no seio dessa fala, as causas determinantes da escolha desse lugar de fracasso, uma vez que tal escolha está estreitamente vinculada à dinâmica de subjetivação. Trata-se, para o psicopedagogo, de poder suportar, em determinado momento, ocupar o lugar da ignorância para que, do lado do sujeito em tratamento, uma operação singular se torne possível, capaz de fazê-lo transitar do lugar de fracasso em que se instalara, como sendo o único possível, para outro em que se reconheça em condições de produzir respostas de aprendizagem socialmente aceitas.

O trabalho psicopedagógico , na dimensão praticada pela instituição LUGAR, não se reduz a reorientação de estudos ou reforço pedagógico – ainda que, em determinadas situações, tais recursos possam vir a mostrar-se necessários, tendo em vista uma defasagem de conteúdos curriculares específicos, justificando-se, assim, indicações paralelas neste sentido. Na modalidade aqui defendida, o psicopedagogo deverá estar atento à dialética do significante, ou seja, acompanhar o próprio movimento do sujeito, buscando junto a ele, e não em si mesmo a significação do que as falhas do discurso deixam escapar como um modo próprio de dizer da recusa de anular-se diante da demanda do Outro.

Não é difícil entender que uma tal prática terapêutica somente encontre caminho de sucesso através do estabelecimento de uma relação transferencial de características singulares. Segundo Chemama (1992), a transferência é “um vinculo afetivo intenso, que se instaura de forma automática e atual, entre o paciente e o analista...” Embora tal fenômeno possa ser observado em diferentes tipos de relações, desde as amorosas até aquelas sustentadas por sistemas hierárquicos mais rígidos, é importante assinalar a distância existente entre uma relação transferencial estabelecida entre parceiros amorosos, patrão e empregado, professor e aluno, ou mesmo entre o médico e seu paciente, e uma relação transferencial específica da prática analítica. Isso quer dizer que, mesmo no caso da psicopedagogia, conforme é oferecida na instituição LUGAR, não se trata de uma transferência de características idênticas, pois o limite ético em relação ao lugar ocupado pelo analista tem que ser rigorosamente respeitado. Ainda que o referencial para o exercício de sua prática esteja orientado pela psicanálise, ao psicopedagogo não será jamais permitido encarnar o lugar do objeto a, que apenas ao analista cabe fazê-lo. Se, por um momento, o trânsito por esse ponto-limite é necessário, é justamente para demarcar que o sujeito do conhecimento e o sujeito do saber, tendo emergido no mesmo lugar, que é o lugar do Outro, operam de modo distinto, estando o primeiro ordenado, fundamentalmente, pela inteligência e o segundo pelo desejo.

PEDAGOGIA

A inclusão da Pedagogia, como campo de interesse, numa clínica orientada pelo referencial da psicanálise, pode levantar, de imediato, uma questão: como conciliar um discurso que tem por fundamento uma promessa de gozo com outro que é seu avesso? Como desenvolver um trabalho que, por pretender-se pedagógico, deverá conduzir o sujeito na aquisição de conhecimentos, habilidades e saberes práticos considerados indispensáveis à sua participação na sociedade, e fazê-lo na conformação do seu desejo?

Eis as questões que se colocam na própria base de sustentação do trabalho pedagógico proposto pela instituição LUGAR onde, resguardados os princípios da interdisciplinaridade, com função de transdisciplinaridade, como aqui se defende, a pedagogia encontrará um espaço de realização, de acordo com sua especificidade.

A justificativa da inclusão da pedagogia, dentre o leque de serviços oferecidos pela instituição, prende-se à necessidade de, em certos casos, um trabalho articulado com a psicopedagogia mostrar-se como alternativa de intervenção.

Uma vez que a psicopedagogia, pela orientação aqui praticada, não comporta qualquer tipo de intervenção pedagógica, sustenta-se a ideia de que um suporte dessa ordem venha a ser sugerido como atividade paralela, o que não deverá ser feito, jamais, pelo mesmo profissional, respeitando-se o limite ético que define os dois campos envolvidos.

O apoio pedagógico será solicitado nas seguintes situações: 1º) para o caso de ser necessária uma avaliação diagnóstica de natureza pedagógica; 2º) quando, comprovada a defasagem de conteúdos curriculares, apresentar-se como indispensável uma intervenção específica. Nos dois casos, não deverá estender-se além do tempo necessário ao atendimento dos objetivos, a fim de não propiciar a instalação do fenômeno de dependência.

Sempre que possível, convém que o trabalho caracterizado aqui como de apoio pedagógico seja desenvolvido em articulação com a instituição escolar da qual o aluno seja oriundo, tenha sido ou não pela mesma encaminhado. Com isso, pretende-se que o processo de superação das dificuldades tenha sua continuidade na própria escola, entendida como o “lócus” próprio de realização da atividade pedagógica.

É neste entendimento, ainda, que a proposta de assessoramento ás escolas apresentada pela instituição LUGAR encontra um modo de justificar-se, pois não é exagero afirmar que, muitas vezes, o trabalho psicopedagógico exige uma intervenção simultânea junto aos professores, tanto quanto aos pais.

PSICOMOTRICIDADE

A Psicomotricidade, como um veículo de entendimento do sujeito, concebe o corpo, os movimentos, os gestos, as posturas, o tônus, como a expressão de algo que não pode ser colocado em palavras, mas que, a nível inconsciente, são manifestados no corpo. Algo da ordem do “não dito”, portanto, não conhecido conscientemente, está bloqueando o desenvolvimento do individuo e impedindo a representação desse corpo, construindo, assim, o sintoma psicomotor, sendo que este indivíduo, desse modo afetado, poderá ou não, apresentar, associada, uma inscrição corporal de ordem orgânica.

O sintoma psicomotor é considerado pelo psicomotricista como um mecanismo de defesa contra algo que é angustiante para o sujeito, que não encontra manifestação na linguagem, levando o corpo a desenvolver um déficit instrumental (uma instabilidade ou uma inibição motora por exemplo). O sintoma é, naquele momento, representante do sujeito, obstaculizando o processo de subjetivação, impedindo-o de estabelecer significações importantes para a compreensão de sua história, não favorecendo, portanto, o seu processo de constituição enquanto sujeito desejante.

Na clínica psicomotora, o brincar com o corpo, com o movimento, com a ação é tomado como instrumento. O psicomotricista atua fazendo um percurso entre a imagem corporal e o esquema corporal do sujeito, na função de re-significar esta imagem.

Acreditando-se que a organização motora do sujeito se dá no campo do “Outro”, é aí que se encontra a base da atuação terapêutica. A função do terapeuta é significar, ressignificar o ato motor, passando da ação à linguagem. “O toque significante” do psicomotricista possibilita a articulação da organização corporal do sujeito.

O processo terapêutico é sustentado, na relação transferencial, entre o individuo e o psicomotricista, que ocorre através do jogo simbólico. A transferência, possibilita um despregamento do sintoma, manifesto a nível psicomotor, decorrendo daí o encadeamento deste, de forma mais significativa.

A transferência coloca ambos os corpos em uma relação especial de saber, saber sobre o sintoma psicomotor. Esse processo, ao mesmo tempo que auxilia na ação terapêutica, abre também um espaço para que o individuo ocupe um lugar de saber sobre si mesmo, amplia a visão para que o sujeito possa esquecer de seu corpo esquemático e entrar em seu corpo imaginário, ou seja, o corpo sob a posição do olhar do Outro. A flexibilização decorrente desse processo transferencial abre possibilidades de relações entre o corpo imaginário e o corpo simbólico. O psicomotricista se ocupa da dimensão do “olhar estruturante” desse corpo que lhe pede organização, atuando ao nível da “imagem especular”.

A instituição LUGAR não pretende somente atuar na clínica psicomotora, mas tem como mais um dos seus objetivos buscar alternativas de intervenção, de caráter preventivo, ou, em sentido mais amplo, utilizar a psicomotricidade em grupo como recurso interdisciplinar. Busca, dessa forma, ampliar o raio de ação dos indivíduos nas relações interpessoais com maior apropriação de si mesmo e de seus desejos.

O psicomotricista pode atuar em diversas situações clínicas, como, por exemplo:
• quando o cliente é encaminhado por apresentar sintomas psicomotores;
• como recurso, no tratamento psicopedagógico e/ou psicanalítico, quando o cliente, em um dado momento, necessita da atuação concomitante de um psicomotricista para flexibilizar o desdobramento do sintoma clínico.

O encaminhamento deve ser resultado de um estudo prévio realizado pela equipe clínica, caracterizando-se, dessa forma, a função de transdisciplinaridade, na atuação interdisciplinar.

ESTIMULAÇÃO PRECOCE

O núcleo de intervenção precoce está voltado para o atendimento de bebês que apresentam transtornos do desenvolvimento, devido a prematuridade, lesão orgânica ou a um sintoma refletido no corpo e, que, geralmente, são encaminhados pelo medico.

É numa perspectiva centrada no sujeito que a instituição orienta a sua prática, tendo a psicanálise como fio norteador do trabalho interdisciplinar. O fisioterapeuta em estimulação precoce atua na equipe para que, alem das questões motoras, do visível, do eal do corpo, ele possa considerar outras dimensões do bebê.

A posição da equipe terapêutica, na direção da cura, consiste na busca de um espaço singular de ressonância nos pais, articulando a dinâmica de subjetivação da criança com o processo de apropriação dos seus diferentes esquemas psicomotores.

FISIOTERAPIA

O corpo humano é antes de mais nada, um receptáculo, um local de inscrição. Em muitos momentos, está alertando o sujeito para algo que com ele se passa. O corpo comunica, expressa, simboliza, esboça algo que muitas vezes, não pode por em palavras, manifestando seu dizer através do sintoma. Esta é a visão de corpo na qual a clínica LUGAR acredita.

A fisioterapia se ocupa dos sintomas corporais, manifestados através de dor e desconforto, e que, em grande proporção, podem alterar, de maneira estrutural ou não, a postura corporal de um sujeito.

A instituição LUGAR inclui a fisioterapia, na sua equipe interdisciplinar, referenciando sua prática na clínica psicossomática. A metodologia utilizada instrumentaliza-se numa abordagem corporal, de caráter investigatório, com apoio na psicanálise, chamada Manipulação Profunda Senso-Perceptiva (MTS) e em outras linhas de trabalho que visam à consciência corporal.

Esta metodologia tem como ação instrumental manobras das estruturas musculares e das fácias, buscando uma alteração e sensibilização no tônus do indivíduo. Tem como recurso técnico provocar, durante as manobras, contrastes corporais, possibilitando ao indivíduo maior contato e conscientização de seu sintoma. Através da verbalização das sensações das manobras, da percepção dos contrastes, o indivíduo passa a falar de seu sintoma, sobre sua dor esquematizada em seu corpo.

Para provocar contrastes corporais, utiliza-se de diferentes estímulos senso-perceptivos, trabalhando juntamente com a visualização interna do próprio corpo, buscando conscientizar seu espaço interno, conscientizar suas estruturas ósseas e estabelecendo relações com os aspectos somáticos e estruturais.

É sustentado pela relação transferencial, pelo saber do fisioterapeuta sobre a origem da dor, que se dá o desdobramento do sintoma. Através de uma “escuta”, o fisioterapeuta busca devolver ao indivíduo pontos referentes ao seu próprio discurso que lhe chamam a atenção, para que este possa, ele mesmo, ir estabelecendo significações importantes sobre sua sintomatologia, trabalhando, inicialmente, com o imaginário, mas desdobrando-o, até que significantes simbólicos possam fazer parte de seu discurso.

Sendo assim, possibilita-se ao indivíduo investigar, mais profundamente, as raízes do sintoma, potencializando e criando formas de recuperação do movimento e das sensações que estavam ausentes pelo predomínio da dor.

Esta abordagem faz da fisioterapia um importante instrumento terapêutico na área psico-corporal, que tem como objetivo provocar maior contato do sujeito consigo mesmo e com sua linguagem corporal. A partir do momento em que o desdobramento do sintoma permitir alterar sua manifestação e até mesmo seu desaparecimento, além de falar sobre sua conflitiva, sob outro olhar que não o do corpo, será feito um encaminhamento, após discussão em equipe, para a clínica psicanalítica, já que, neste caso, o sintoma se encontraria em outro lugar, caracterizando-se, desse modo, a função da transdisciplinaridade no trabalho interdisciplinar praticado pela instituição.

Acredita-se que este trabalho terá ação no restabelecimento das funções neuro-vegetativas, biomecânicas, musculares, articulares, abrangendo, portanto, patologias respiratórias e ortopédicas, como alterações de posturas, alterações reumáticas, artrites e periartrites.

FONOAUDIOLOGIA

A fonoaudiologia encontra seu Lugar. Na Clínica Lugar, a fonoaudiologia articula seus conhecimentos específicos e instrumentais com outros campos do saber, em especial a psicanálise.

É possível fundamentar a fonoterapia a partir de uma visão do sujeito e suas questões. Sujeito esse, que não traz consigo apenas alterações ou patologias tratáveis. Carrega consigo uma história, sintomas, além de apenas um diagnóstico. Resgatando o “Poder falar” para conduzir uma escuta; esse é o caminho que direciona o processo de intervenção fonoaudiológica.

No processo comunicativo, o Fonoaudiológo precisa construir seu trabalho a partir da possibilidade do desenvolvimento da linguagem (seja pela oralidade ou de maneira alternativa) sem desconsiderar o sujeito e suas questões.

Sendo este, um trabalho com crianças, é preciso encontrar significantes que representem o paciente / sujeito dentro da estruturação familiar, para não prender-se apenas ao que a criança tem. O Fonoaudiólogo precisa considerar o lugar que a criança ocupa no discurso dos pais.

Dentro dos campos da Fonoaudiologia, caminham aspectos da Linguagem, da Motricidade, da Audiologia, da Voz, dentre tantos outros. Entretanto, todos esses campos, aqui, são conduzidos por um olhar cuidadoso das questões não somente orgânicas, mas também das subjetivas.

Ouvir o que é dito, escutando o que não é dito. Demonstra uma prática clínica fonoaudiológica que ultrapassa “o conserto do defeituoso ou inadequado”. A condução da prática clínica fonoaudiológica deve vir do que se escuta e não do que se observa da fala ou outros aspectos apenas. Para assim, numa descoberta do paciente / sujeito ouvir sua palavra e também escutar seus sentidos.

NEUROLOGIA

NEUROLOGIA

PSIQUIATRIA

PSIQUIATRIA

DANÇATERAPIA

É uma terapia de abordagem corporal que tem por elemento norteador do trabalho explorar o movimento e a dança espontânea como formas de expressão da subjetividade, favorecendo a consciência corporal e o potencial criativo.

Não se trata de apresentar uma técnica específica de dança mas encontrar o próprio movimento.

A dançaterapia articula o movimento espontâneo e a dança expressiva a um olhar e uma escuta terapêutica.

O gesto, a postura, as formas de apropriação do espaço pessoal e coletivo, o ritmo interno, entendidos como linguagem, são mediados pela palavra, encontrando, desta forma, uma significação própria e única para cada sujeito.

Trabalha interdisciplinarmente com outros tratamentos reabilitativos e educativos e outra formas de tratamento psicológico e psicanalítico.

Quem se beneficia:
• todos que se interessam por esta abordagem corporal como forma de reflexão pessoal
• criança, adolescentes e adultos portadores de necessidades especiais
• pessoas que encontram dificuldades na comunicação verbal e buscam experimentar outras formas de expressão
• idosos

As sessões podem se dar de forma individual ou em grupo.

O espaço específico de atuação, bem como os limites concernentes à intervenção de cada área em relação às outras não se definem “a priori”, constituindo-se no curso do trabalho, na medida em que o critério orientador da “práxis” institucional é, fundamentalmente, ético. Isso quer dizer que o modo como cada área será chamada a atuar, e a colaboração interdisciplinar resultante, têm como ponto de partida o sujeito, isto é, o paciente, e não o saber atribuído a este ou aquele profissional.

A entrada de um paciente, na instituição, pode se dar em razão da queixa inicial que o traz, através de qualquer área. A primeira escuta, realizada pelo profissional, inicialmente, demandado, em entrevistas preliminares, orientará quanto ao estabelecimento do vínculo entre o paciente e a instituição.

Uma vez estabelecido o vínculo, a garantia do atendimento interdisciplinar não estará sustentado pelo pressuposto da “integração” ôntica, ou seja, não se trata de assegurar ao paciente as condições de um tratamento que leve em conta a necessidade de vê-lo como um “ser integral”, pois é como sujeito, estruturalmente, dividido que ele será visto. Por outro lado, não há também a suposição de que quanto mais amplo for o leque de especializações envolvidas maior será visto. Por outro lado, não há também a suposição de que quanto mais amplo for o leque de especializações envolvidas maior será o domínio clínico e, por conseguinte, o poder de cura da doença. Um paciente poderá iniciar e concluir seu tratamento numa única área ou, ao contrário, transitar por diferentes modalidades de atuação, desde que o acompanhamento venha a indicar tal necessidade durante o tratamento.

Se o critério orientador da “práxis” institucional é ético, a ação interdisciplinar se impõe, no curso do tratamento, quando algo vier a interrogar o profissional, a partir dos limites do seu campo de atuação, e ele encontrar um certo ponto de impasse. É por não haver dúvida de que há aí um sujeito, que o estatuto ético preside à forma de conduta, orientando-se o percurso não pela pretensa certeza de um saber que, por meio da cooperação interdisciplinar, daria conta do real, mas pela tentativa de transpor limites estabelecidos, dando ao mecanismo da interdisciplinaridade função de transdisciplinaridade.